terça-feira, 28 de abril de 2009

Memórias

(13/09/08)

Pelado, certamente
Um pé, um pedal, um tanque
Um beijo de cachorro e um medo descontrolado
Só por causa de um balão corre, escorre,
quase morre quando rola pela escada
Mil pedaços, mil retalhos, chão coberto, biribinha
Um chinês em plena sala, mancha o teto, engraçado
Avenida, inocente, sai correndo, atropelado
Coça muito, chora muito, quando a perna pula só
Do amigo já não lembro, será Alvim, nada a ver
Escondidos, o menino e a menina,
A doente, o doutor, piaçava, injeção
Um porão com bela vista
Nova casa, degrauzinho, banco tosco, diversão
Dá ferrugem na parede
Homem-aranha, tostãozinho
Montes, ninhos, passarinhos com cheiro de sinusite
Carro branco, casamento, pão-de-queijo, gostinho de quero mais
Corre, pula, malabaris, um pescoço entortado
O barbeiro incompetente, costeleta, kung-fu, solução tão descabida
Outra, tão tola quando a outra, solução pra valentão
No bolso uma coca-cola, na mão o salgadinho, de verniz, com cristalzinho
Um tumulto, cheiro bom, nasce e morre na vontade, um enorme sanduiche
O dinheiro às vezes banca, vez em quando, vez por outra, um pilantra no recreio
Vai pra banda, diversão
Desde cedo cobra muito, desempenho, atuação
Sempre pronto, apaixonado, mas de fato um “cagão”
De joelhos pede o pé, sente orgulho, ser capacho
Sente medo, musiquinha do biscoito, trocadilho, vil, do coito
Medo também da altura, uma só vez se esvai
Vê na sombra o alter-ego, aquele que nunca será
Solidão, ouve a matilha, o calor, talvez sábado, uma manhã
A tristeza, telegrama, pinta o beijo, muitos anos de amasso, muito tempo com cabaço
O momento prometia uma realização, trouxe raiva, trouxe ódio, trouxe muita confusão
Vai pro mato, divertido, conta história, quase um Gump
Tá feliz, mas não sabia, doido pela confusão
Muito tempo, letargia, uma gota, revolução
Namorado a marido, rolo todo, separado
Já sozinho, enrrolado, vira para todo lado
Sente às vezes estar correndo
Já perdido, urso pardo
Perseguindo o próprio rabo

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