Astros
(21/11/2012)
Homem é Sol, mulher é Lua
O Sol é quente, forte, cheio de energia e é muito, mas muito previsível.
A Lua é candida, delicada, misteriosa, muda de cara a cada noite e chega atrasada 50 minutos todos os dias...
Aqui estarão algumas poesias e textos que escrevi a algum tempo e também as que, recentemente, voltei a escrever. Espero que gostem...
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
À você, companheira
(04/11/2012)
É tarde da noite, então me recolho
Perturba o escuro
Em fraco vermelho, em branco ou ciano
Efeito estrobo da luz da TV
Aquele som baixo, abafado e rouco
Vai dando, insistente, em segundo plano
Um peso aos olhos e vai, pouco a pouco
Cobrindo me a mente com o manto do sono
Já é madrugada
A tela se apaga
Não vejo mais nada
E é bem nesta hora que você se apresenta
De leve, esperta, entra sorrateira
Pé ante pé, vem, invade a soleira
Exige o espaço, um lugar pra ficar
Você ali perto
Rondava de esgueira
Espera o instante da aproximação
Não pede licença
Só enche o meu quarto com sua presença
Se dá o direito de usucapião
Você, companheira de muitos percalços
Que em muitos momentos esteve comigo
Momentos alegres, de dor ou perigo
Você é a única que vem visitar
Você é madona
Governa-me a vida
Nuca me abandona
Nem quando eu queria
Por ser impossível evitar sua vinda
Lhe acolho, lhe chamo agora de amiga
Lhe convido pra cama
Lhe cubro em lençóis
Lhe abraço, lhe beijo
Me deixo envolver
Pois sei, que amanhã, mesmo que o dia inteiro
Não veja sua sombra, que esteja ausente
Já tarde da noite você voltará
Você é a única com quem posso contar
A quem, de verdade, entrego o coração
Minha querida e amarga
Total Solidão
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Maldita a hora
(26/10/2012)
Maldita a hora que
encontrei você
Que permiti que
entrasse em minha vida
Que me dei direito a
sonhar
De voltar a amar, algum
dia
De pensar e dizer-lhe
“Ainda bem!”
Maldita a hora que me
atirei em sua teia
De cabeça, sem tino,
sem medo
Entregando-lhe os meus
segredos
Minha esperança e
sossego
Meu coração
corrugado, mais uma vez colocado
Em fina bandeja de
prata
Maldita a hora em que
me cobri de ilusões
Que vislumbrei um
futuro distante
Onde eu e você de mãos
dadas
Como sempre fizéramos
antes
Sob a luz magenta, ao
poente
Caminhávamos rumo ao
horizonte
Hoje sigo em passos
incertos
Sem saber o que fora
verdade,
Se tudo foi tudo e
apenas
A mais deslavada
mentira
Agora que pôs-me pra
fora
Daquilo que quer pra
sua vida
Fico aqui remoendo a
pergunta
Que o tempo mudou o
sentido.
De doce, terna e
sublime
À fel que amarga-me a
boca
Que brado aos céus em
voz rouca:
Eu realmente não sei
O que eu fiz pra
merecer
Você assolando minha
vida!?!?
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Sonhos (ou réplica a Yeats)
(11/10/2012)
Nunca ponha os teus sonhos
Onde alguém possa pisar
Põe na linha do horizonte
Pra que um dia, tu e o outro
Possam juntos ir buscar
Nunca ponha os teus sonhos
Onde alguém possa pisar
Põe na linha do horizonte
Pra que um dia, tu e o outro
Possam juntos ir buscar
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Cadê você?
03/10/2012
Cadê você?
Que em meu pensamento
A todo momento
Causa um misto de ira, saudade
De dor e prazer?
E cadê você?
Coração de pedra
Que finge ser forte
Ignora o encanto, da vida e do tanto
Que temos, enfim?
Será que não vê
Que o brilho da lua
Do mar, o ruido
Não tem mais sentido
Se não posso te ver?
O filme, a musica
O dia, o som
Me lembram de tudo,
Do que nós vivemos
E mais, do que mais
Poderia viver
Sem muita esperança
Olhando pra rua,
Rostos estranhos
Vem , cruzam janelas
Mas não é aquela
Por quem eu procuro
Mantém-se distante
No limbo, no escuro
E a todo minuto
Assalta-me a mente
Lembrando o passado
E sem entender o que deu errado
Apenas procuro confuso
Sem prumo, sem norte, sem rumo
Só sigo, assim, cego e seguro
O instinto que soa absurdo
Buscando, em vão, um porquê
Cadê você?
Que em meu pensamento
A todo momento
Causa um misto de ira, saudade
De dor e prazer?
E cadê você?
Coração de pedra
Que finge ser forte
Ignora o encanto, da vida e do tanto
Que temos, enfim?
Será que não vê
Que o brilho da lua
Do mar, o ruido
Não tem mais sentido
Se não posso te ver?
O filme, a musica
O dia, o som
Me lembram de tudo,
Do que nós vivemos
E mais, do que mais
Poderia viver
Sem muita esperança
Olhando pra rua,
Rostos estranhos
Vem , cruzam janelas
Mas não é aquela
Por quem eu procuro
Mantém-se distante
No limbo, no escuro
E a todo minuto
Assalta-me a mente
Lembrando o passado
E sem entender o que deu errado
Apenas procuro confuso
Sem prumo, sem norte, sem rumo
Só sigo, assim, cego e seguro
O instinto que soa absurdo
Buscando, em vão, um porquê
sábado, 22 de setembro de 2012
Sussurro
(22/09/2012)
A tu que insistes que o
peito
É pedra, granito e
gelo
À prova e contra
emoção
Que pensas, em teu
pesadelo
Que a força vem em
primeiro
Que apego trará o
desgosto
Carinho é sinal de
tormento
Que amor é igual a
aflição
Que há que manter para
sempre
E a todo o custo o
governo
Pois se, por ventura,
perdê-lo
Terás desventura e dor
Bem sei já sofreste o
passado
E é duro deitar para o
lado
O amargo do que já
passou
Chuva que virou
tempestade
Paixão que tornou-se
maldade
E o bem que em mal
transmutou
Mas peço que pare um
segundo
Respire em passo
profundo
E tente retirar um
seixo
Depois o segundo, o
terceiro
Até derrubar a muralha
Que barra o seu
sentimento
Então desate a
mortalha
Tecida a fio, a fel e
espada
Que envolve o seu
coração
E escute a voz terna e
calma
Que em teu ouvido,
acanhada
Cicia uma frase singela
Verás, pode ser
diferente
É só ir sentindo o
que sente
Separar do passado, o
pra frente
Deixar ser levada à
corrente
Pois o que ouvirás é
tua alma
Dizendo só duas
palavras
E sei, lembrar-te-ás
de alguém
E entenderás a
mensagem
Quando tua alma, tua
amiga
Vier sussurrar-te
“Ainda bem!”
Tudo o que posso dizer
Podia escrever dos teus olhos
Do brilho, a beleza, da cor singular
Mas não me recordo, desculpe
Se verdes, castanhos, azuis ou estranhos
Vi de relance, só por um segundo
Talvez por vergonha, talvez distração
Podia falar do som da sua voz
Doce melodia que de ti irradia
Das notas, dos tons e da harmonia
Criar, metafórico, divina alusão
Mas foram tão poucas palavras
Rapidamente trocadas
Que nem lembro ao certo da sua entonação
Podia falar muitas coisas
O cabelo
O sorriso
O seu brinco
Qualquer coisa em especial
Mas pra ser honesto, eu não poderia
Seria mentira
Mal te conheço
Nem sei de verdade
Quem realmente tu és
Mas uma coisa garanto
Pode estar certa
É verdadeiro:
Adoro o momento
Esse reencontro
As outras palavras, com o tempo,
Decerto o tempo irá me ditar...
Quem poderia prever?
(17/05/12)
Um dia você
De esgueira,
Discreta e faceira.
Mineira...
Aparece em relance
No canto do olho
Vaga imagem
Talvez ilusão
Buscam lhe os olhos
Aí você some
Vai pra não sei onde
Miragem
Fruto perverso
Da Imaginação
Porém, bem do nada
Fantasma
Direto do além
Reaparece
E faz um contato
E diz um olá
E apesar do hiato
No tempo e no espaço
Invade minha alma,
Invade minha mente
Enche-me a vida
De excitação...
Um dia você
De esgueira,
Discreta e faceira.
Mineira...
Aparece em relance
No canto do olho
Vaga imagem
Talvez ilusão
Buscam lhe os olhos
Aí você some
Vai pra não sei onde
Miragem
Fruto perverso
Da Imaginação
Porém, bem do nada
Fantasma
Direto do além
Reaparece
E faz um contato
E diz um olá
E apesar do hiato
No tempo e no espaço
Invade minha alma,
Invade minha mente
Enche-me a vida
De excitação...
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Dia Perfeito
(19/02/2012)
Sabe o desejo perfeito?
Aquele que vale uma vida?
Que atende àquele pedido
Que você mantém em segredo
Pra nunca o feitiço quebrar?
O meu é você, algum dia
Que esteja aqui, bem por perto
E que eu possa te encontrar
Para fazer nada, prometo, lhe juro
Talvez só olhar o seu rosto
Olhar bem no fundo dos olhos, só pra lhe encabular
Pousar-lhe a mão no pescoço
Puxar-lhe de leve pra mim
Sentir sua cabeça encostar em meu peito
Sentir sua respiração
O toque do cabelo sedoso
Respiro, inspiro, suspiro o perfume que emana de si
Você pousa a mão bem de leve
Afaga meu braço, o abraço
Eu com meus olhos fechados, todo absorto em ti
E em meio ao desejo, uma prece,
Um pedido, um outro desejo
Que Chronos, mestre e senhor do tempo
Congele agora o momento
E que este dia perfeito possa nunca mais terminar
Sabe o desejo perfeito?
Aquele que vale uma vida?
Que atende àquele pedido
Que você mantém em segredo
Pra nunca o feitiço quebrar?
O meu é você, algum dia
Que esteja aqui, bem por perto
E que eu possa te encontrar
Para fazer nada, prometo, lhe juro
Talvez só olhar o seu rosto
Olhar bem no fundo dos olhos, só pra lhe encabular
Pousar-lhe a mão no pescoço
Puxar-lhe de leve pra mim
Sentir sua cabeça encostar em meu peito
Sentir sua respiração
O toque do cabelo sedoso
Respiro, inspiro, suspiro o perfume que emana de si
Você pousa a mão bem de leve
Afaga meu braço, o abraço
Eu com meus olhos fechados, todo absorto em ti
E em meio ao desejo, uma prece,
Um pedido, um outro desejo
Que Chronos, mestre e senhor do tempo
Congele agora o momento
E que este dia perfeito possa nunca mais terminar
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Paradoxo
(17/02/2012)
Nunca lhe vi, mas sempre lhe tive
Distante dos braços
Distante dos lábios
Distante do corpo
Distante de tudo
Mas perto de mim
Nunca lhe ouvi, mas sei de você
Conheço o olhar
Conheço o sorriso
Conheço a candura
Conheço a ternura
O rosto dourado
Algo do passado
Que deixou-me entrever
Não lhe senti, mas sinto o perfume
Sinto o carinho
A doce presença
Também a ausência
O aperto no peito
Certa angústia pelo que não virá
Você me conforta, alegra, enebria
A cada contato o corpo suspira
A mente viaja
O sorriso se espalha
O peito dispara
E mesmo distante me cabe a certeza,
Ainda que nunca veja a luz do seu dia
Lançado às trevas em uma bastilha
No escuro do claustro, vazio e sem vida,
Que sinto lhe perto
Que sinto na pele o fulgor,
Que sinto lhe toda a energia
Que pelos seus olhos sua alma irradia
Nunca lhe vi, mas sempre lhe tive
Distante dos braços
Distante dos lábios
Distante do corpo
Distante de tudo
Mas perto de mim
Nunca lhe ouvi, mas sei de você
Conheço o olhar
Conheço o sorriso
Conheço a candura
Conheço a ternura
O rosto dourado
Algo do passado
Que deixou-me entrever
Não lhe senti, mas sinto o perfume
Sinto o carinho
A doce presença
Também a ausência
O aperto no peito
Certa angústia pelo que não virá
Você me conforta, alegra, enebria
A cada contato o corpo suspira
A mente viaja
O sorriso se espalha
O peito dispara
E mesmo distante me cabe a certeza,
Ainda que nunca veja a luz do seu dia
Lançado às trevas em uma bastilha
No escuro do claustro, vazio e sem vida,
Que sinto lhe perto
Que sinto na pele o fulgor,
Que sinto lhe toda a energia
Que pelos seus olhos sua alma irradia
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