(22/09/2012)
A tu que insistes que o
peito
É pedra, granito e
gelo
À prova e contra
emoção
Que pensas, em teu
pesadelo
Que a força vem em
primeiro
Que apego trará o
desgosto
Carinho é sinal de
tormento
Que amor é igual a
aflição
Que há que manter para
sempre
E a todo o custo o
governo
Pois se, por ventura,
perdê-lo
Terás desventura e dor
Bem sei já sofreste o
passado
E é duro deitar para o
lado
O amargo do que já
passou
Chuva que virou
tempestade
Paixão que tornou-se
maldade
E o bem que em mal
transmutou
Mas peço que pare um
segundo
Respire em passo
profundo
E tente retirar um
seixo
Depois o segundo, o
terceiro
Até derrubar a muralha
Que barra o seu
sentimento
Então desate a
mortalha
Tecida a fio, a fel e
espada
Que envolve o seu
coração
E escute a voz terna e
calma
Que em teu ouvido,
acanhada
Cicia uma frase singela
Verás, pode ser
diferente
É só ir sentindo o
que sente
Separar do passado, o
pra frente
Deixar ser levada à
corrente
Pois o que ouvirás é
tua alma
Dizendo só duas
palavras
E sei, lembrar-te-ás
de alguém
E entenderás a
mensagem
Quando tua alma, tua
amiga
Vier sussurrar-te
“Ainda bem!”