terça-feira, 28 de abril de 2009

E agora você

E agora você
Renasce das cinzas
Chega toda prosa
Usando sua voz macia
Sussurra de novo no ouvido

E agora você
Como se nada eu houvesse passado
Como se já não fosse errado
Vem em mensagens ocultas
Meus sonhos atormentar

E agora você
Cria outra vez o enigma
Que a alguns anos atrás
Tirava-me as noites de sono
Fazendo-me enlouquecer

E agora você
De volta, fazendo propostas
Novas formas de dizer
As mesmas meias palavras
Induzir ao erro
Inspirar o devaneio

E agora você
E agora?
Enfim lhe pergunto
Pra que?

Pesadelos

Eu hoje gritei o seu nome
Grito surdo, grito fraco
Que nem mesmo eu pude ouvir
Resgate remoto do passado
Rasgado, roto, ultrapassado
Vi sua imagem no vestíbulo
Refletida no espelho
No meu quarto,
Debruçada em minha cama
Desbotada, apagada
Como o toque de um cadáver
Felizmente acordei.

Aeroporto solidão

(30/03/09)

Chego enfim
Outro aeroporto
Olho em volta
Ninguém me espera
Muitos rostos lá na porta
Bem sei, não conheço nenhum
Todos rindo, ansiosos
Mas nenhuma alegria
Nenhum dos seus sorrisos
Foi destinado a mim
Pego a mala
Vou saindo
Ilusão
Procuro na multidão
Qualquer rosto que conheça
Um amigo, um parente
Qualquer um, qualquer acaso
Mesmo que coincidência
Acho olhares que desviam
Ansiosos, sorridentes
Procurando sobre ombros
Alguém mais, que não a mim
Saio ileso, sigo em frente
Dou a mim mesmo um “bem vindo”
Bem vindo, cidadão do mundo
Sem berço, sem casa
Sem abrigo, sem guarida
Sê bem vindo ao teu destino
Sê bem vindo novamente
Ao Aeroporto Solidão

Turbilhão

( 30/03/09)

O abraço da mãe
O café na cama
A cara na lama
O amanhecer
Amanhã de manhã
Pelado na rua
Pisando na Lua
A sexta a noite
Domingo de tarde
Dormir e sonhar
Manhã de segunda
Só na madrugada
Amor de madrugada
Amor de namorada
Passada de mão
O surto de sorte
O tiro no escuro
O beijo de judas
O beijo da morte
O pomo-de-adão
Sabor do melado
Sabor do vinagre
Sabor do sabão
Imagem do filho
Saudades de casa
Risada de irmão
A brisa no rosto
O cheiro de ovo
Morrer sem razão

Quase Gêmeas

( 30/03/09)

Rio muito com o riso
Riso fácil, riso solto
Faço graça, mesmo humor
Eu e ela
Dia e noite,
Madrugada
A conversa
Mil assuntos
Até mesmo sem palavras
Eu e ela
Muitas vezes
Sintonia, pensamento
Uma só conexão
Se transforma
Multiplica
Se transmuta: Atração
Em um toque
Energia
Contagia
Eu e ela
Sob a lua
Sob o sol
Com a Bia
Eu e ela
Sem pudor

Mas um dia ela parte
Sem aviso
Foi-se embora
Foi pra longe
Salvador

Mas no fundo
Não importa

Pois não importa onde tu andes
Ainda levo-te na mente
Dentro d'alma
Pelo corpo
Desde já e para sempre
Debaixo do cobertor

Mulher ideal

(25/12/08)

Mulher, pra mim, tem que ser linda!

Linda, mas não convencida

Ah, e escultural!
Escultural sem ser metida

Ser vaidosa, sem ser narcisista
Inteligente, sem ser intelectualóide
Disciplinada, mas não nazista

Culta, mas não pedante.
Ter um bom papo, sem ser tagarela
Saber ouvir, mas sem atenção flutuante

Esportista, sem ser obcecada
Trabalhadora, sem ser viciada
Alegre, sem ser escrachada
Bem humorada, sem ser debochada

Um espetáculo na cama, sem ser profissional
Ser desinibida, mas não ninfomaní­aca

Ser nova, com conteúdo
Madura, mas não caduca
Ousada, sem ser maluca

Responsável, sem ser chata
Companheira, sem ser grudenta
Carinhosa, mas não pegajosa
Equilibrada, sem ser entediante
Metódica, sem ser irritante

E é claro, milionária...
Sem ser pão-dura...

É pedir muito?

Já sei, já sei, nem precisa responder...

Saco!!!!!

Segredos ao mar

(09/11/08)

Eu hoje contei,
Contei meu segredo,
Eu hoje contei meu segredo pro mar!

Do negro profundo, riscado de branco
Soprava, soturno, em suspiro, um sussurro
Ao manto da noite, suave acalanto

O hálito quente
A língua macia, morna, envolvente
Da areia, da água, da brisa do mar.
Propunha à alma acesso irrestrito
"Vem, vinde a mim
Que em meus braços
Hoje irei te embalar"

Pairava no ar, em seu reino noturno,
O disco de prata da face da lua
Pintando no céu, o seu véu, semi-nua,
Nuances de cinza, de verde, de azul
Com toques vermelhos, talvez de lilás

Foi neste momento,
Contei meu segredo
Foi quando eu contei meu segredo pro mar!

Enchi bem o peito
Gritei em silêncio
"Escuta o que digo
Difunde, ao mundo
A todo aquele que em ti tocar
Que aqui em tuas margens
Aguardo ansioso
O alguem a quem sou
Destinado a amar"

Partida

(23/10/08)

Deixar tudo para trás
Apagar a luz
Fechar a porta

Viro, encaro o passado
Anos pairando no ar
Cheiro do mofo da vida
Facho de luz na poeira
Fantasmas, lembranças de um lar

Uma vida
O aperto da incerteza
O sorriso do desafio
Espectativa

Parto agora!
O que me aguarda?
De certo, logo saberei

Apago a luz
Fecho a porta
Levo tudo comigo
Nada fica pra trás

Meu querido diário

(01/10/08)

18 de março
Comprei um pernil enorme para comemorar o meu aniversário. Vou prepará-lo conforme uma receita por mim criada e comê-lo inteirinho, afinal de contas, eu mereço.

23 de março
Hoje estava na cozinha preparando um sanduíche de pernil com maionese e cebola, quando tive a nítida sensação de estar sendo observado. Olhei em volta e não vi nada diferente na casa, exceto o meu cachorro esperando que alguma migalha de pernil caisse do prato.
Vou para a cama encafifado e com um naco de pernil no dente entalado.
Amanhã vou ter que comprar fio dental.

24 de março
Aconteceu de novo! Tenho certeza que alguém me espiona quando entro na cozinha.
Desta vez nem o cachorro estava por perto. Acho que algum vizinho deve estar me olhando de binóculo ou instalou uma câmera escondida. Sei disso porque assisti àquele filme “Invasão de privacidade” e sei do que as pessoas são capazes.
Amanhã chamo alguém para dar uma olhada.
Fiz um outro sanduíche de pernil e dei um pedação de pernil pro cachorro.

26 de março
Hoje veio um técnico que olhou a casa toda e disse não ter encontrado nada. Pelo sorriso dele, acho que está envolvido em alguma conspiração da qual sou alvo.
Por via das dúvidas vou olhar eu mesmo amanhã.
Faz dias que eu só como sanduíche de pernil, mas que se dane! Tá gostoso.
Estranhamente o cachorro recusou o pernil.

27 de março
Vou ter que adiar a minha investigação por um dia ou dois.
Há algo de podre no reino da Dinamarca: Eu e o maldito pernil!!!
Cachorro esperto...

28 de março
Desmontei todos os lustres e interruptores da casa. Não encontrei nada de anormal.
Lembrete para uma próxima aventura no reino de Edson: desligar a energia antes de sair puxando fios elétricos: choques e curtos-circuitos não são agradáveis.
Por via das dúvidas pintei os vidros da casa de preto.
Amanhã vou ter que comprar um microondas novo.

1º de abril
Tava instalando o microondas e tive a sensação de estar sendo observado de novo. Quando olhei em volta: POFF!!!
Lá estava!!!
Um vulto!!!
Eu vi!
Tenho certeza que vi!
Gritei durante uns três minutos. Não sei se de medo ou se de dor. O “POFF” foi o microondas caindo no meu dedão.
O vizinho de baixo reclamou. O porteiro interfonou. Com medo de passar por maluco aleguei problemas domésticos. O porteiro deu uma risadinha e pediu pra maneirar o volume da suruba.
Onde eles conseguem estes porteiros? Numa escola de comediantes, com certeza.
Suruba... quem me dera.
Maldito porteiro...

7 de abril
Hoje eu vi!
Nitidamente!
Um homenzinho com não mais do que trinta centímetros de altura, todo vestido de verde, com gorrinho e tudo.
Estava na cadeira da mesa da cozinha, discretamente me observando. Quando eu olhei para ele ele pulou da cadeira e correu pra debaixo do armário.
Pensei em correr atrás para ver onde ele se escondeu, mas o pavor foi maior e acabei correndo mesmo na direção contrária. Tropecei no cachorro.
Amanhã vou ter que comprar uma TV nova. Aproveito e compro aquela LCD que eu tô namorando faz tempo.
Lá se vai o dinheiro da poupança.
Maldito cachorro...
O vizinho reclamou de novo.

9 de abril
Hoje eu vi o homenzinho de novo. Foi apenas por um momento, mas pude vê-lo perfeitamente. Um homenzinho em miniatura. Bonitinho. Vestindo uma roupinha de duende.
Mas não quero chamá-lo de duende. Prefiro chamá-lo de amiguinho verde. Amiguinho porque ele me pareceu amistoso.
Amanhã vou tentar fazer amizade. Vou fazer e oferecer para ele a minha outra especialidade culinária, além do sanduíche de pernil: bolo de fubá.

16 de abril
O meu amiguinho verde não apareceu mais.
Fiz o bolo de fubá e me preparei para recebê-lo, mas ele não deu as caras.
Faz uma semana que eu só como bolo de fubá: a receita que eu tenho é meio exagerada. Tô até amarelo de tanto fubá.
Nunca mais quero ver bolo de fubá na vida!!!
Maldita receita...

17 de abril
Meu amiguinho verde apareceu de novo. Estava mais amistoso e sem medo. Até acenou para mim de longe.
Parece até que o desgraçado esperou o bolo de fubá acabar pra dar as caras. Pensei em oferecer o pernil, mas achei melhor não.
Acenei de volta. Ele me pareceu ir embora satisfeito. Fiquei satisfeito também.

19 de abril
Meu amiguinho verde apareceu de novo. Falei “oi” pra ele e ele me respondeu com um simpático “olá”.
Estabelecemos um rápido diálogo e ele me informou que reside em uma dimensão paralela e reduzida do nosso mundo, cujo portal fica dentro da gaveta de talheres do meu armário de cozinha.
Achei interessante, mas não entendi o porquê do tal portal ser na gaveta de talheres. A de panos de prato é tão mais fofinha. Bom, sei lá! Coisas de duende. Ou melhor, de amiguinhos verdes.
Convidei-o para assistir TV comigo amanhã.
Amanhã vou comprar pipoca de microondas.
Depois disso a gaveta de talheres deu pra emperrar.
Maldita gaveta...

20 de abril
O meu amiguinho verde apareceu no horário combinado. Ofereci pipoca. Ele comeu quase três pacotes. Eita carinha esganado!
Assistimos Peter Pan. Ele ficou indignado por ser o modelito do Peter uma cópia fuleira da roupa que ele usa. Também ficou cheio de graça com a Sininho. Esganado e tarado!!!
Perguntei se havia mais amiguinhos de onde ele vem. Ele disse que sim e que amanhã me apresentaria aos seus amigos. Mesma hora, mesmo local.
Mal posso esperar!!!
Amanhã vou fazer compras pra poder oferecer um lanchinho. Tô “durango” por causa da LCD, mas jogo no cartão.
Maldito capitalismo...

21 de abril
Eles vieram. Cerca de dezesseis amiguinhos. Todos tem exatamente a mesma cara. A única forma de diferenciá-los é pela cor da roupa. Cada uma de uma cor.
Vou ter que chamá-los de amiguinhos coloridos. Pode pegar mal, mas não quero nem saber. Eles nunca assistiram TV mesmo.
Pediram pra por o filme do Peter Pan de novo.
No começo se comportaram, mas depois de dez minutos de Sininho o negócio virou zona. Tentei impor respeito, mas eles ficaram me sacaneando. Entrei no clima.
Foi engraçado, mas o vizinho reclamou de novo.

28 de abril
Faz uma semana que estes maluquinhos aparecem sempre no mesmo horário por aqui.
A única coisa ruim é que eles comem pra caramba. Tentei empurrar o pernil, mas sem chance.
Propus fazer um bolo de fubá e eles riram da minha cara. Eu também não comeria.
A algazarra continua. Hoje brincaram de jóquei de cachorro.
A casa tá um nojo.
O vizinho reclama todo dia.

9 de maio (aproximadamente)
Estes desgraçados não se dão nem mais ao trabalho de ir embora. Ficam dia e noite por aqui. E o pior é que eles quase não dormem.
Tô acabado, mas hoje, finalmente eles me deram uma trégua: vão ir a uma despedida de solteiro do amiguinho cor de rosa... Sei...
Amanhã, se eles voltarem, vou propor a gente rachar a despesa do Apê. Afinal eu já tô pra lá de quebrado e isso aqui tá precisando de uma faxina urgente.

10 de maio (segundo meu mapa astral)
Eles voltaram. Propus um “meio-a-meio” na despesa e rolou o maior “box”. Quebramos o maior pau e eu joguei na cara deles que eles eram um bando de aproveitadores e folgados.
Eles não tão mais falando comigo.
O cachorro se enfiou no banheiro e não sai de lá pra nada, nem pra comer.
O vizinho ameaçou chamar a polícia.
Maldito vizinho...

15 de maio ou 4 de julho, sei lá
A situação fugiu um pouco ao controle:
Pus todo mundo pra fora. Lacrei a gaveta de talheres com fita crepe. Sai pra comprar material de limpeza pra casa e contratar um psicólogo pro cachorro.
Não é que os desgraçados voltaram durante a minha ausência e não me deixaram entrar em casa?
Esmurrei a porta aos berros durante vinte minutos.
O vizinho apareceu e começou a me agredir. Apliquei-lhe um cristel com a mangueira de incêndio.
Fui parar na delegacia. Tentei explicar pro delegado a história dos meus amiguinhos coloridos e ele me olhou meio esquisito.
Acho que ele também está envolvido na conspiração. Se ao menos eu tivesse o meu pernil aqui eu o mataria envenenado
Maldito delegado...

Diário de bordo - Data Estelar 83269.33
Acabei internado em um manicômio judiciário, acusado de atentado violento ao pudor e sodomia.
No julgamento convoquei como testemunhas de defesa os meus amiguinhos coloridos e o cachorro, mas eles nem se deram ao trabalho de aparecer.
Depois de dois meses aqui internado, o meu amiguinho verde apareceu pra uma visita.
Agora toda a quarta-feira, no horário de visitas ele aparece por aqui e me trás notícias lá de casa, do seu mundo, da gaveta, dos outros amiguinhos coloridos, do cachorro e do pernil.
E como aqui eu não tenho nenhuma refeição decente, em toda visita ele me brinda com guloseimas. O único senão é que o filho da puta cismou que eu gosto de bolo de fubá e só me trás essa porra pra comer. Eu não aguento mais tanto fubá.
Já reclamei com ele, com a direção, com o diabo... mas ninguém me dá ouvidos...
Maldito duende!!!

Peixes

(01/10/08)

Como um peixe
Sem aviso
Na tua rede enroscado
Indefeso e complacente
Como obra do acaso
Tua vida vai mudar

Encantada com a beleza
Com a doçura, com a pureza
Toda sorte de fineza
Com certeza o adotarás

Se revela um ente mágico
Um Netuno, Posseidon
Que contempla mil desejos
Satisfaz tua vaidade
Tua libido, teu prazer
Quase tudo que tu pedes
Quase lê a tua essência
Vê? Completa tua existência
Teu almoço e teu jantar

E lá no fundo, tu, faceira
Tem-se a última e a primeira
Deste ser maravilhoso
E resolves, pobre incauta
Tua alma lhe entregar
Fazer planos, o futuro
Um “felizes para sempre”
Tua vida, teu altar

Não te ocorre, num momento
Questionar a sorte grande
Perguntar à cartomante
Se és tu dona da rede
Ou, em um truque ilusionista,
Se apenas nela estás?

De repente, minha princesa
Toda sorte de certeza
Como um castelo de areia
Na tua frente vai ruir
Como um peixe, esse peixe
Logo ganha a correnteza
Do riacho ao rio, o mar

Como um peixe vai embora
Sem motivo aparente
Para águas mais profundas
Para nunca mais voltar

Memórias

(13/09/08)

Pelado, certamente
Um pé, um pedal, um tanque
Um beijo de cachorro e um medo descontrolado
Só por causa de um balão corre, escorre,
quase morre quando rola pela escada
Mil pedaços, mil retalhos, chão coberto, biribinha
Um chinês em plena sala, mancha o teto, engraçado
Avenida, inocente, sai correndo, atropelado
Coça muito, chora muito, quando a perna pula só
Do amigo já não lembro, será Alvim, nada a ver
Escondidos, o menino e a menina,
A doente, o doutor, piaçava, injeção
Um porão com bela vista
Nova casa, degrauzinho, banco tosco, diversão
Dá ferrugem na parede
Homem-aranha, tostãozinho
Montes, ninhos, passarinhos com cheiro de sinusite
Carro branco, casamento, pão-de-queijo, gostinho de quero mais
Corre, pula, malabaris, um pescoço entortado
O barbeiro incompetente, costeleta, kung-fu, solução tão descabida
Outra, tão tola quando a outra, solução pra valentão
No bolso uma coca-cola, na mão o salgadinho, de verniz, com cristalzinho
Um tumulto, cheiro bom, nasce e morre na vontade, um enorme sanduiche
O dinheiro às vezes banca, vez em quando, vez por outra, um pilantra no recreio
Vai pra banda, diversão
Desde cedo cobra muito, desempenho, atuação
Sempre pronto, apaixonado, mas de fato um “cagão”
De joelhos pede o pé, sente orgulho, ser capacho
Sente medo, musiquinha do biscoito, trocadilho, vil, do coito
Medo também da altura, uma só vez se esvai
Vê na sombra o alter-ego, aquele que nunca será
Solidão, ouve a matilha, o calor, talvez sábado, uma manhã
A tristeza, telegrama, pinta o beijo, muitos anos de amasso, muito tempo com cabaço
O momento prometia uma realização, trouxe raiva, trouxe ódio, trouxe muita confusão
Vai pro mato, divertido, conta história, quase um Gump
Tá feliz, mas não sabia, doido pela confusão
Muito tempo, letargia, uma gota, revolução
Namorado a marido, rolo todo, separado
Já sozinho, enrrolado, vira para todo lado
Sente às vezes estar correndo
Já perdido, urso pardo
Perseguindo o próprio rabo

Nossos sonhos

(19/08/2008)
A pior situação com que podemos nos deparar é a de ter todos nossos sonhos realizados. Não nos sobram desculpas para continuarmos sendo infelizes...