sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Maldita a hora

(26/10/2012)

Maldita a hora que encontrei você
Que permiti que entrasse em minha vida
Que me dei direito a sonhar
De voltar a amar, algum dia
De pensar e dizer-lhe “Ainda bem!”

Maldita a hora que me atirei em sua teia
De cabeça, sem tino, sem medo
Entregando-lhe os meus segredos
Minha esperança e sossego
Meu coração corrugado, mais uma vez colocado
Em fina bandeja de prata

Maldita a hora em que me cobri de ilusões
Que vislumbrei um futuro distante
Onde eu e você de mãos dadas
Como sempre fizéramos antes
Sob a luz magenta, ao poente
Caminhávamos rumo ao horizonte

Hoje sigo em passos incertos
Sem saber o que fora verdade,
Se tudo foi tudo e apenas
A mais deslavada mentira

Agora que pôs-me pra fora
Daquilo que quer pra sua vida
Fico aqui remoendo a pergunta
Que o tempo mudou o sentido.
De doce, terna e sublime
À fel que amarga-me a boca
Que brado aos céus em voz rouca:

Eu realmente não sei
O que eu fiz pra merecer
Você assolando minha vida!?!?

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Sonhos (ou réplica a Yeats)

(11/10/2012)

Nunca ponha os  teus sonhos
Onde alguém possa pisar
Põe na linha do horizonte
Pra que um dia, tu e o outro
Possam juntos ir buscar

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Cadê você?

03/10/2012

Cadê você?
Que em meu pensamento
A todo momento
Causa um misto de ira, saudade
De dor e prazer?

E cadê você?
Coração de pedra
Que finge ser forte
Ignora o encanto, da vida e do tanto
Que temos, enfim?

Será que não vê
Que o brilho da lua
Do mar, o ruido
Não tem mais sentido
Se não posso te ver?

O filme, a musica
O dia, o som
Me lembram de tudo,
Do que nós vivemos
E mais, do que mais
Poderia viver

Sem muita esperança
Olhando pra rua,
Rostos estranhos
Vem , cruzam  janelas
Mas não é aquela
Por quem eu procuro

Mantém-se distante
No limbo, no escuro
E a todo minuto
Assalta-me a mente
Lembrando o passado

E sem entender o que deu errado
Apenas procuro confuso
Sem prumo, sem norte, sem rumo
Só sigo, assim, cego e seguro
O instinto que soa absurdo
Buscando, em vão,  um  porquê