quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Paradoxo

(17/02/2012)

Nunca lhe vi, mas sempre lhe tive
Distante dos braços
Distante dos lábios
Distante do corpo
Distante de tudo
Mas perto de mim

Nunca lhe ouvi, mas sei de você
Conheço o olhar
Conheço o sorriso
Conheço a candura
Conheço a ternura
O rosto dourado
Algo do passado
Que deixou-me entrever

Não lhe senti, mas sinto o perfume
Sinto o carinho
A doce presença
Também a ausência
O aperto no peito
Certa angústia pelo que não virá

Você me conforta, alegra, enebria
A cada contato o corpo suspira
A mente viaja
O sorriso se espalha
O peito dispara

E mesmo distante me cabe a certeza,
Ainda que nunca veja a luz do seu dia
Lançado às trevas em uma bastilha
No escuro do claustro, vazio e sem vida,
Que sinto lhe perto
Que sinto na pele o fulgor,
Que sinto lhe toda a energia
Que pelos seus olhos sua alma irradia


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