quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Sobre mim...

(08/11/07)

Mais dificil que falar
Sobre o que nunca se soube
É falar sobre aquilo,
Que se pensa conhecer
Algo que a vida toda
E tão perto sempre esteve
Muito pouco ou quase nada
Lhe é permitido ver

O que sou, como me vejo?
Quem sou eu, se definido por mim mesmo?

Nome Clovis de batismo
Mas um dia já fui Reis
Hoje reino absoluto
Num castelo diminuto
Num império de um vassalo
De um nobre e de um súdito
De um bobo e de um rei

Sou solteiro!
Sou sozinho e brasileiro
Professor e estudante, pai e filho
Filhos três, mas moram com a mãe
Um cachorro, com os filhos
Todos quatro, filhos e o tal cão
Em espaço reservado
No fundo do coração

Paulista de nascimento
Mais preciso: Paulistano
Nascido em Peixes
Logo, sou um pisciano
E como todo pisciano
Sonhador por vocação
Mente solta, peito aberto
Mas também um pé no chão
Puxado por Capricórnio
Ascendente na razão

Musicista talentoso,
E também um preguiçoso
Toco tudo, toco nada
Sendo franco, tudo bem!
Fui ator, fui dançarino
Mas de dança de salão
Aventureiro na pintura
Sejam quadros ou paredes
Complexo de decorador
Cozinheiro, marceneiro, brigadeiro
Um em todos, tudo em um
Um pequeno e sorrateiro
Aprendiz de feiticeiro

Procurando nesta vida
Um sentido, uma razão
Passa-tempo?
Coleciono conhecimento
Brinco com a coleção
E impressiono os amigos,
Os colega, os alunos, a Internet
“Meus Deus, como ele é bom...”
Nessas horas sou narciso
O centro da atenção
E confesso embaraçado
Aprecio de montão

Gosto muito de carinho
Tanto dar e receber
De amar e ser amado
Companhia no domingo
Na segunda, todo dia
Mas me diga, quem não gosta?
De compartilhar a alegria
De sorrir, ouvir risadas
Da presença dos amigos
De jogar conversa fora
Do café do intervalo
Papo zen, papo cabeça
Papo bem descabeçado
Fazer piada, não com outros,
Para os outros
O palhaço da galera

Este é o Clovis pelo Clovis
É tudo que posso dizer
E tudo isso é muito mais,
Mais do que deverias saber
Mais que isso? Não agora!
Dependendo do assunto
É preciso a intimidade
De um amigo
Da consorte
Do analista
Ou quem sabe só a de um padre
Quando em meu leito de morte

2 comentários:

Ana Carla disse...

Belíssimo!

eu disse...

Nossa!
Que lindo!
Estou amando todos os poemas!
Estou lendo devagar, lentamente, saboreando cada palavra e cada verso.
Parabéns!
Stella